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quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Hipóteses de escrita

 Pré-silábica, sem variações quantitativas ou qualitativas dentro da palavra e entre as palavras. O aluno diferencia desenhos (que não podem ser lidos) de “escritos” (que podem ser lidos), mesmo que sejam compostos por grafismos, símbolos ou letras. A leitura que realiza do escrito é sempre global, com o dedo deslizando por todo o registro escrito.

Pré-silábica com exigência mínima de letras ou símbolos, com variação de caracteres dentro da palavra, mas não entre as palavras. A leitura do escrito é sempre global, com o dedo deslizando por todo o registro escrito.

Pré-silábica com exigência mínima de letras ou símbolos, com variação de caracteres dentro da palavra e entre as palavras (variação qualitativa intrafigural e interfigural). Neste nível, o aluno considera que coisas diferentes devem ser escritas de forma diferente. A leitura do escrito continua global, com o dedo deslizando por todo o registro escrito.

 Silábica sem valor sonoro convencional. Cada letra ou símbolo corresponde a uma sílaba falada, mas o que se escreve ainda não tem correspondência com o som convencional daquela sílaba. A leitura é silabada.

Silábica com valor sonoro convencional. Cada letra corresponde a uma sílaba falada e o que se escreve tem correspondência com o som convencional daquela sílaba, em geral representada pela vogal, mas não exclusivamente. A leitura é silabada.

Silábico-alfabética. Este nível marca a transição do aluno da hipótese silábica para a hipótese alfabética. Ora ela escreve atribuindo a cada sílaba uma letra, ora representando as unidades sonoras menores, os fonemas.  

Alfabética. Neste estágio, o aluno já compreendeu o sistema de escrita, entendendo que cada um dos caracteres da palavra corresponde a um valor sonoro menor do que a sílaba. Agora, falta-lhe dominar as convenções ortográficas.

Alfabética. Neste estágio, o aluno já compreendeu o sistema de escrita, entendendo que cada um dos caracteres da palavra corresponde a um valor sonoro menor do que a sílaba e também domina as convenções ortográficas.

domingo, 25 de novembro de 2012

Texto: Eleições na floresta

Caso cômico foi o que aconteceu no dia do lançamento da candidatura do Papagaio Louro à Administração Geral da floresta.
        A clareira onde os bichos faziam suas reuniões foi tomada por um bom número de ouvintes, curiosos pela plataforma política do candidato. Depois, a luta estava no seu ponto mais alto, nervosa e empatada entre os dois únicos candidatos àquele honroso cargo: o já citado Papagaio Louro e a senhorita Galinhoca, presidente do C.F.C (Clube Feminino da Floresta).
        Como se disse antes, a preferência do eleitorado não estava definida. Os bichos ouviam por ouvir ambas as partes, para mais tarde cada qual escolher o que mais lhe conviesse.
        Naquele dia, a bicharada ouviria Papagaio Louro. O comício da candidata Galinhoca havia sido um escândalo, por que no momento em que ia falar, fez um esforço tão grande, que não é que botou um ovo? A expectativa do discurso do Papagaio Louro era, portanto, de consagração final.
        Foi sob aplausos que o candidato subiu no palanque, que era um toco velho, e pigarreou para limpar a garganta e silenciar os ouvintes. Como o pigarro continuasse, pediu uma cuia de água, nascente ali por perto. O Macaquildo, excelente garçom, trouxe ao candidato a sua cuia com água tão fresquinha que parecia gelada.
        O orador bebeu – a toda de uma vez. Logo sorriu para a platéia, testou novo pigarro e começou:
        - Meus queridos bichos – purutaco – as aves e insetos da nossa floresta – purutaco. Eu hic – pupu – hic – rutaco – espero – hic - ... e, indo assim por diante. Foi provocando um festival de gargalhadas, porque o Papagaio Louro pegou num soluço de não sair do pupu – hic – rutaco – hic, etc.
        Os adversários aproveitaram a ocasião para empatar o eleitorado em suas preferências. O Papagaio não mais se recuperou e, por levar tantos tapinhas nas constas, quase foi parar no hospital.
        Como terminou a história?
        Assim: sendo os candidatos incompetentes, foi eleito em caráter excepcional o Canarinho da Terra que, mesmo não fazendo nada, já estaria contribuindo, e muito, com seus belos trinados de notável canto.

                                  Wagner Antônio Calmom Ferreira
Interpretando o texto
 1.Assinale a alternativa que apresenta a idéia principal do texto:
(   ) A eleição para a escolha do presidente do Brasil em 2006.
(   ) A eleição  para a Administração Geral da Floresta.
(   ) O protesto da bicharada contra o rei leão.
2. No momento do discurso, a senhorita Galinhoca:
(   ) esforçou – se tanto que botou um ovo.
(   ) falou demos e não sabia como falar.
(   ) cacarejou alto para silenciar os ouvintes.
(   ) soluçou muito, incomodando as pessoas.
3. No final da história não foi eleito nem o Papagaio Louro e nem a dona Galinhoca. Quem assumiu o cargo. Por quê?
 
4. Ele subiu no palanque, pigarreou, pediu água. Imediatamente
As palavras que dão seqüência a essa frase são:
(   ) assustou – se com a platéia.
(   ) começou a chorar.
(   ) bebeu toda a água.
(   ) parou de falar.
5. O Papagaio Louro se enrolou no seu discurso, pois estava com soluço. Pense e escreva um bonito discurso para o papagaio. Não se esqueça da pontuação adequada.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Palavrões em sala de aula. O que fazer?

É normal que ao longo do crescimento, quando as crianças já freqüentam outros ambientes além do familiar, elas descubram coisas novas. Os palavrões são exemplos dessas “coisas”.
Quando a criança vai para a escola começa a se interessar pelas coisas que os amigos fazem, pois os exemplos servem sempre de modelo.
Assim, ao aprender um palavrão é normal que o repita para as pessoas de sua família. Os pais devem passar essas informações para a professora, a fim de solucionar o problema.
Pais que não tem esse hábito costumam ficar chocados, pois acreditam que a escola começa a prejudicar a educação que eles têm dado ao filho.
O palavrão aparece no vocabulário da criança como uma palavra qualquer, já que não conhece nem entende seu significado.
Se em casa a criança não recebe este exemplo, os pais podem ficar tranqüilos, pois os valores inseridos na família são os que vão prevalecer. Porém, é importante que expliquem que estas são palavras feias e que na família não se falam dessa forma. A criança irá aprender sobre esses conceitos, com certeza. 
Quando a família tem o hábito de utilizá-los, ensinar aos filhos que não se pode falar torna-se uma tarefa quase impossível. Normalmente as crianças, além de copiarem os exemplos de pais e irmãos, querem saber por que não podem falar se os maiores falam, ou se os próprios pais se tratam com desrespeito e xingamentos.
Se a família é harmoniosa, se tratam com respeito, carinho e atenção uns aos outros, a criança tende a se espelhar nesses exemplos, tornando-se tranqüila, educada e de bom convívio social. Se o ambiente familiar é de discórdia, intriga, agressões, a criança também aprenderá esse modelo e o levará para outros meios sociais em que convive. Normalmente são crianças mais agressivas e agitadas.
Na escola, quando isso acontece, a professora deve estar atenta para que o palavrão não se torne uma prática dentro da sala de aula, propondo como regra e limite da turma que os mesmos não sejam usados. Deve também conversar com os pais da criança que xinga, para buscar informações sobre o assunto, se a criança tem ou não contato com pessoas que falam palavrões.
É bom lembrar que as regras de boa convivência social vão sendo compreendidas e absorvidas pelas crianças na medida em que vivenciam as mesmas. Então, nada de se descabelar, como se isso fosse coisa de outro mundo. Afinal, quanto mais natural o assunto for tratado, menos chamará atenção da criança, levando-a a esquecer logo os mesmos.

 Por Jussara de Barros
Graduada em Pedagogia
Equipe Brasil Escola




Palavrão


1 – Como você define o palavrão?
Um eco das cavernas, o rosnar do troglodita que ainda existe no comportamento humano.

2 – Conheço gente civilizada que diz palavrões.
Destempero verbal, civilidade superficial.

3 – Seria uma educação de fachada?
Sim. Não podemos confundir rótulo com conteúdo. É fácil cultivar urbanidade nos bons momentos. Mostramos quem somos quando nos pisam nos calos ou martelamos os dedos.

4 – Não seria razoável considerar que em circunstâncias assim o palavrão é útil, exprimindo indignação ou amenizando a dor?
Há quem diga que nessas situações ele é mais eficiente do que uma oração. Só que a oração nos liga ao Céu. O palavrão nos coloca à mercê das sombras.

5 – Mas o que vale não é o sentimento, expresso na inflexão de voz?
Posso fazer carinho com um palavrão ou agredir com palavras carinhosas. Não me parece do bom gosto demonstrar carinho com palavrões. Imagine-se dando uma paulada carinhosa em alguém. Além disso, há o problema vibratório.

6 – As palavras têm peso vibratório específico?
Intrinsecamente não. No entanto, revestem-se de magnetismo compatível com o uso que fazemos delas. Há uma vibração sublime, que nos edifica e emociona, a envolver o Sermão da Montanha. Quando o lemos contritos, sintonizamos com a vibração sublime de milhões de cristãos que ao longo dos séculos se debruçaram sobre seus conceitos sublimes, em gloriosas reflexões.

7 – Considerando assim, imagino a carga deletéria que há no palavrão mais usado, em que “homenageamos” a mãe de nossos desafetos.
Sem dúvida, além de nos colocar abaixo do comportamento do troglodita, já que este agredia seus desafetos, não a mãe deles.

8 – Você há de Convir que é difícil abolir o palavrão inteiramente. Há todo um processo de Condicionamento, o ambiente. Lá em casa, por exemplo, ele corre solto.
Isso é relativo. Venho de uma família de italianos da Calábria, um povo que cultua adoidado o palavrão. Alguns tios meus, em situação de irritação extrema, dirigiam impropérios a Deus. Desde cedo, vinculando-me ao Espiritismo, compreendi que esse tipo de linguajar não interessa ao bom relacionamento familiar e muito menos à nossa economia espiritual.

Richard Simonetti
Livro: Não pise na Bola

sábado, 10 de novembro de 2012

Com os jogos, as crianças aprendem que ganhar e perder faz parte da vida


Ao jogar - um comportamento que atravessa séculos -, a criança descobre que ganhar e perder faz parte da vida e desenvolve estratégias para enfrentar várias situações e os adversários.

Sentados em grupo, crianças, jovens, homens, mulheres e idosos lançam dados, viram cartas e movimentam peças de acordo com regras preestabelecidas e acordadas por todos. Em resumo, jogam. E, consequentemente, se divertem, desafiam uns aos outros, passam o tempo. Um olhar atento mostra algo mais: jogos de tabuleiro revelam peculiaridades da cultura de um povo. Alguns tradicionais, como o Jogo da Glória, surgiram como forma de simbolizar a vida e a morte. Outros demonstravam em sua origem a importância das estratégias de guerra, como o xadrez, e as crenças de um povo, como o mancala.
Levando em conta essas características de comportamento e cultura, quando se transforma em espaço de jogo, a escola possibilita a construção de saberes. O desafio de uma partida proporciona a elaboração e a exploração de questões relacionadas à sociabilidade (que se dá por intermédio de regras) e ao desenvolvimento de estratégias. Detalhes que chamam a atenção para a possibilidade de trabalhar com tabuleiros sem a obrigatoriedade de vincular a atividade às áreas do conhecimento.




Jogo de memória

 Características
Como o próprio nome indica, ele requer boas estratégias de memorização dos integrantes para acumular pontos.

Origem

Foi criado na China no século 15. Era formado por baralho de cartas ilustradas e duplicadas.

Por que propor

Para que os pequenos estabeleçam relações entre imagens e a posição no tabuleiro e, assim, desenvolvam estratégias de memorização.

Como enriquecer o brincar

■ Discuta com a turma as estratégias para localizar as figuras no espaço, como a fixação de um ponto de referência e a observação do entorno de uma figura.
■ Converse com os pequenos ao término de cada partida para socializar as táticas usadas por cada jogador.

O erro mais comum
Elaborar jogos da modalidade para fixar conteúdos. A modalidade impõe desafios por si própria e não faz sentido ensinar recorrendo à memorização.

Jogo cooperativo

Características 
A ideia básica desse tipo de jogo é a união de todos os participantes contra um inimigo comum - o próprio tabuleiro -, que pode ser representado por um personagem do jogo. Geralmente, ele possui caráter simbólico - por exemplo, a missão de um grupo de príncipes de evitar que uma princesa seja capturada por uma bruxa malvada.

Origem

Remontam às atividades tribais e aos rituais mágicos de diversas sociedades antigas para combater um inimigo comum real (como a chuva) ou imaginário (como duendes).

 Por que propor
Para os pequenos refletirem sobre a importância de coordenar ações em conjunto e compreenderem regras estruturadas.

Como enriquecer o brincar
■ Ponha em debate, logo depois da partida, as decisões tomadas a respeito das jogadas executadas pelo grupo.

O erro mais comum
Oferecer só jogos cooperativos. A ideia de que competir é ruim não se sustenta. A importância de ofertar a modalidade está na diversidade de regras com que as crianças entrarão em contato.

 

Conto: No Circo

(Ana Luiza Coutro)
Domingo no circo! Não há nada mais divertido.

Quando eu era criança, lembro que desde cedo eu já ficava esperando, o almoço parecia não chegar nunca! Depois vinha a sexta, e lá pela três da tarde meu pai se levantava e dizia:

- Bom, bom, será que alguém quer dar um passeio?

Era o sinal. Eu e minha irmã corríamos para tomar banho, minha mãe nos vestia com as melhores roupas e lá íamos nós, contentes da vida!

O meu número preferido era o dos trapezistas.

Eles voavam de um lado para o outro, parecendo pássaros, e o público todo ficava olhando aqui de baixo, de boca aberta.

Quando o espetáculo terminava, ainda tinha a pipoca a caminho de casa.Chegávamos cansados, mas felizes. E, de noite, eu sonhava em voar naquele céu de lona.

Conto: Um Visitante Diferente

(M. M.)
Dispersado de sua terra, passaram-se muitos anos até que o povo de Israel estivesse morando novamente em Jerusalém. Mesmo assim, ele não tinha soberania.
O império romano e sua força militar dominava muitos povos, entre eles, os israelistas que também tinham de pagar impostos aos romanos. Dessa forma, o rei que governava as terras de Israel, era escolhido pelo imperador romano e chamava-se Herodes.
Também havia naquela mesma época, um sacerdote chamado Zacarias, casado com Isabel. Os dois eram pessoas justas e viviam conforme os mandamentos de deus.
Eles queriam muito ter filhos, mas já estavam ficando velhos para ter um bebê.
Além de Zacarias, os israelistas tinham outros sacerdotes que, como ele, cuidavam do templo e faziam tudo o que fosse necessário para prestar culto a Deus.
Estes sacerdotes sempre escolhiam um deles, para entrar no santuário e adorar a Deus.
Certo dia, Zacarias foi escolhido para essa tarefa. E, enquanto cuidadosamente preparava o altar, surgiu de repente um anjo. Zacarias ficou perturbado e também com medo.

sábado, 3 de novembro de 2012

5 pontos sobre lista de material escolar

Conheça cinco cuidados indispensáveis na confecção e distribuição de listas de material escolar

 1 Identificação da clientela

O primeiro passo do gestor que pretende contar com os pais na aquisição de material escolar é conhecer em detalhes a realidade socioeconômica da comunidade. Para isso, é possível usar algumas informações que estão na ficha de matrícula - como nível de escolaridade, profissão, renda e recebimento ou não de verba de programas governamentais (leia reportagem). As famílias de baixa renda ou dependentes do Bolsa Família, por exemplo, certamente terão dificuldade - e, às vezes, impossibilidade - de atender à solicitação da escola, o que pode causar constrangimento. "Os pedidos não atendidos não podem, em hipótese alguma, inviabilizar a ida das crianças à escola nem o envolvimento delas com as atividades propostas", explica Mariana Ferraz, advogada do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). Se a comunidade não pode ajudar, o gestor deve buscar auxílio na Secretaria de Educação ou pensar em ações alternativas (leia mais no item 5).

2 Checagem do estoque

Antes de fazer qualquer solicitação, levante os itens disponíveis: os enviados pela Secretaria de Educação, os que sobraram do ano anterior e que têm condições de uso (cadernos em branco, folhas de sulfite) ou não estão com prazo de validade vencido (cola, massinha). Para criar o hábito de pedir somente o que é realmente necessário e evitar o desperdício, vale contabilizar o que é usado ao longo do ano para saber o que tem maior e menor saída.

3 Comunicação às famílias

Identificados a clientela e os materiais que faltam para o bom andamento das aulas, o gestor tem ainda um passo a cumprir antes de entregar a lista aos pais: informar às famílias os motivos da solicitação. Na reunião para tratar desse assunto, é fundamental demonstrar que a quantidade ou o dinheiro disponíveis na escola não são suficientes. Basta uma conta simples: dividir a verba pelo número de alunos, mostrando que o valor não vai atender à demanda. Vale contar sobre os projetos planejados e os recursos que serão necessários para implementá-los. Dessa maneira, fica mais fácil discutir com o grupo as melhores soluções para o problema. Se o caminho for mesmo requisitar material dos pais, é importante deixar claro que a contribuição não é obrigatória. Algumas estratégias facilitam a participação das famílias: aquelas que têm mais de uma criança matriculada podem entregar o material em duas ou três vezes ao longo do ano.

4 Seleção e solicitação
 
A lista de material escolar só pode conter itens de caráter pedagógico, como papel sulfite, giz de cera, lápis, tinta guache etc. Ficam de fora produtos de limpeza como esponja, panos, álcool e de higiene pessoal (papel higiênico e sabonete). Não é permitido indicar determinado estabelecimento para a compra ou exigir que ela seja feita na própria escola - o que configura a chamada venda casada, proibida pelo Código de Defesa do Consumidor. Também é proibido impor uma marca específica, a não ser que exista apenas um fornecedor no mercado. Isso porque as famílias têm o direito de pesquisar e comparar os preços e as condições de pagamento oferecidas por concorrentes. Contudo, é preciso esclarecer à comunidade sobre a importância de verificar, na hora da compra, se o material traz informações sobre o fabricante para evitar produtos de origem desconhecida e que não atendam a especificações técnicas; a composição do produto; a data de validade e as condições de armazenagem.

5 Arrecadação alternativa

Existem algumas saídas possíveis que ajudam o gestor a contornar ou minimizar o problema da carência de material pedagógico nas escolas. Um meio bastante conhecido e utilizado é a organização de festas. Se essa for a alternativa escolhida pela comunidade, é preciso sempre deixar explícito o objetivo do evento, definir os produtos que serão comprados com a arrecadação e prestar contas. É necessário também combinar que a ajuda na organização da festa é facultativa e voluntária - participa quem pode e quer, tanto entre os membros da comunidade como da própria equipe escolar. Outra solução possível é fazer uma pesquisa entre as famílias e os estabelecimentos do bairro, como donos de papelarias, em busca de parceiros dispostos a colaborar, ou mesmo buscar auxílio de organizações não governamentais que atuem na cidade.

Dicas de leitura para crianças de 4 a 6 anos

MENINA BONITA DO LAÇO DE FITA, Ana Maria Machado, 24 págs., Ed. Ática, tel. 0800-115-152, 18,90 reais

O POTE VAZIO, Demi, 36 págs., Ed. Martins Fontes, tel. (11) 3241-3677, 29,90 reais

LÁ VEM HISTÓRIA, Heloisa Prieto, 80 págs., Ed. Companhia das Letrinhas, tel. (11) 3707-3500, 32 reais

CATARINA E JOSEFINA, Eva Furnari, 16 págs., Ed. Formato, tel. 0800-011-7875, 16,80 reais

A FESTA NO CÉU, Cristina Porto, 32 págs., Ed. Moderna, tel. 0800-17-2002, 22,90 reais

A BOLA E O GOLEIRO, Jorge Amado, 32 págs., Ed. Companhia das Letrinhas, tel. (11) 3707-3500, 25 reais

A VACA REBECA, Regina Siguemoto Martinez, 16 págs., Ed. Scipione, tel. 0800-161-700, 20,90 reais

A FLAUTA MÁGICA, Ruth Rocha, 48 págs., Ed. Callis, tel. (11) 3068-5600, 26,90 reais

TEM DE TUDO NESTA RUA..., Marcelo Moreira Xavier, 16 págs., Ed. Formato, tel. 0800-011-7875, 21,90 reais

MACAQUINHO, Ronaldo Coelho, 20 págs., Ed. Lê, tel. (31) 3423-3200, 19,80 reais

CONTOS DE ANDERSEN, Hans Christian Andersen, recontado por Mary e Eliardo França, 120 págs., Ed. Ática, tel. 0800-115-152, 51,90 reais

O REI BIGODEIRA E SUA BANHEIRA, Audrey e Don Wood, 32 págs., Ed. Ática, tel. 0800-115-152, 20,90 reais

CONTOS DE GRIMM, Wilhelm e Jacob Grimm, 96 págs., Ed. Companhia das Letrinhas, tel. (11) 3707-3500, 38 reais

A TORTO E A DIREITO, Braz Uzuelle, 32 págs., Ed. Paulinas, tel. (11) 5081-9333, 18,90 reais

FLICTS, Ziraldo, 48 págs., Ed. Melhoramentos, tel. (11) 3874-0800, 7,70 reais

BRUXA, BRUXA, VENHA À MINHA FESTA, Arden Druce, 32 págs., Ed. Brinque-Book, tel. (11) 3032-6436, 27,50 reais

A VELHOTA CAMBALHOTA, Sylvia Orthof, 132 págs., Ed. Lê, tel. (31) 3423-3200, 18,50 reais

O CASO DO BOLINHO, Tatiana Belinky, 32 págs., Ed. Moderna, tel. 0800-17-2002, 22,50 reais

O CASO DAS BANANAS, Milton Célio de Oliveira Filho, 32 págs., Ed. Brinque-Book, tel. (11) 3032-6436, 28,50 reais

VIVIANA - RAINHA DO PIJAMA, Steve Webb, 34 págs., Ed. Salamandra, tel. 0800-17-2002, 31,80 reais

EU QUERIA TER UM URSO, Marcelo Bicalho, 16 págs., Ed. Paulinas, tel. (11) 5081-9333, 11 reais

BOM DIA, TODAS AS CORES!, Ruth Rocha, 35 págs., Ed. Quinteto, tel. (11) 3611-3055, 23,30 reais

HISTÓRIAS DA COLEÇÃO GATO E RATO, Mary e Eliardo França, 72 págs., Ed. Ática, tel. 0800-115-152, 43,50 reais

A LIBÉLULA ABILOLADA, Bia Hetzel, 24 págs., Ed. Manati, tel. (21) 2512-4810, 7 reais

OU ISTO OU AQUILO, Cecília Meireles, 96 págs., Ed. Nova Fronteira, tel. (21) 2131-1111, 32,90 reais

CHAPEUZINHO AMARELO, Chico Buarque, 36 págs., Ed. José Olympio, tel. (21) 2585-2000, 22 reais

De que maneira agir diante do inesperado ?

O professor tem de dar conta do conteúdo e dos imprevistos em sala, mas tudo varia conforme as circunstâncias. Como nem sempre é possível antecipar as atitudes dos alunos, saiba o que fazer em alguns casos.
 
Falta tempo para terminar a atividade 
Mesmo com planejamento, por vezes a aula não é suficiente para concluir a proposta. "Se isso acontecer, é necessário ter clareza do que são atividades estruturantes - essenciais para o desenvolvimento do conhecimento - e complementares", diz Vasconcellos, do Libertad. No primeiro caso, reveja o que foi previsto e dê continuidade ao trabalho no outro dia. Se a proposta interrompida for complementar, uma opção é pedir que a turma termine em casa. De todo modo, reserve uns minutos na aula seguinte para voltar ao assunto. Isso evita que as crianças deixem de dar atenção à tarefa de casa.

Uma criança se nega a participar da aula
Converse com ela para saber se o motivo é pontual, como ter discutido com um colega, ou se pede sua intervenção. É o caso de ela não ter compreendido o conteúdo, por exemplo. Foi o que ocorreu com um aluno de Valéria que se recusou a participar de uma atividade de leitura por ter dificuldades. Ela adaptou o planejamento e utilizou materiais do interesse dele, já que trabalhar com parlendas e contos, como previsto, não ia incentivá-lo a ler. "Preparei desafios matemáticos que tinham de ser interpretados e li com ele textos científicos e regras de jogos de raciocínio. Depois de ultrapassar essa barreira, retomei os outros gêneros textuais."

 Alguns estudantes se desentendem
Conflitos sempre vão surgir durante as aulas. Além de parar a briga, você tem de ajudar a resolvê-la. "A solução não é punir, mas ouvir o agredido e o agressor e mediar o diálogo", diz Ana Maria Falcão de Aragão, da Faculdade de Educação da Unicamp. Assim, eles refletem sobre o que levou ao desentendimento, como lidaram com ele e as consequências. Isso evita que o mal-estar se mantenha e interfira na dinâmica da sala. Carla, em alguns casos, pede que todos debatam a questão, focando o problema, e não uma ou outra criança. "Todos precisam fazer uma autoanálise para mudar de comportamento."


Os agrupamentos não funcionam
Para montar equipes, além de levar em conta o conhecimento de cada aluno, é importante considerar os perfis e as relações sociais. Nem sempre é possível saber como duas crianças agirão juntas, mas cabe a você ensinar todas a trabalhar em conjunto, até mesmo com quem não se dá bem. Na primeira vez que Valéria faz os agrupamentos, ela deixa a escolha de parceiros livre para identificar os círculos sociais. As informações são úteis para pensar nas intervenções que fará visando tornar os próximos grupos produtivos, mesmo se formados por aqueles que não têm afinidade entre si.

A proposta não envolve a turma
"Se a atividade apresentada não despertou o interesse de nenhum aluno, é porque não é boa", analisa Rosaura. Quando isso acontece, reflita sobre ela e avalie quais aspectos não funcionaram, o que os estudantes esperavam do tema e o que foi positivo e negativo. Isso ajuda a dar um melhor direcionamento à sua prática. "Caso o trabalho realizado em classe tenha um efeito na turma muito melhor do que o previsto, vale pensar se ele pode ser retomado em anos seguintes", completa a pesquisadora.

 Um aluno tem uma atitude inadequada
"Às vezes, a relação entre o professor e os alunos é ruim porque ele não conhece para quem leciona", afirma Ana Maria. Ouvir a meninada e valorizar suas opiniões minimiza problemas de indisciplina. Em momentos de desrespeito, no entanto, é preciso conversar individualmente. Marci diz que é comum os pequenos terem dificuldade em esperar a vez em atividades coletivas e aí chegam a ser agressivos. "Peço respeito aos colegas. Se as interrupções continuam, tiro a criança da atividade e digo a ela que poderá voltar quando achar que consegue mudar de postura. Não quero castigar ninguém, mas fazer todos pensarem sobre suas ações."

Você é surpreendido por uma pergunta
Não dá para deixar o aluno sem resposta. Se isso acontece, ele se sente desvalorizado e não vê na escola um lugar para aprender. Ser sincero é um ponto básico. No caso de não saber a resposta de uma questão, diga a verdade, pergunte o que ele conhece sobre aquilo e peça que o ajude a descobrir mais: "Quem entende do assunto e poderia ser consultado?" ,"Onde vamos pesquisar?". Se a dúvida desencadear um debate produtivo entre toda a sala, anote-a para incluí-la no seu planejamento. "Essa atitude mostra como é ampla a dinâmica do conhecimento", enfatiza Vasconcellos.

Fonte: Revista Nova Escola

O que é possível antecipar ?

Prever problemas que podem surgir durante a aula para preparar antes as intervenções ajuda você a se fortalecer perante a turma. Confira alguns fatos corriqueiros em sala e formas de lidar bem com eles

 Um aluno termina a tarefa antes dos demais
Evite que os mais rapidinhos fiquem de bobeira, sem aprender nada e ainda atrapalhando os colegas, tendo sempre uma atividade extra preparada. Na Educação Infantil, Marci resolve isso com cantos de atividades. "Além das propostas planejadas para alcançar os objetivos de aprendizagem, mantenho vários deles. Quando alguém termina o que foi pedido, sugiro que escolha um." Os temas são decididos com a turma toda semana. Já Valéria mantém um espaço de leitura na classe do 3º ano, com livros, gibis e revistas. "Seleciono parte dos materiais de acordo com os assuntos vistos em aula."

Alguns estudantes não sabem o conteúdo
Para dar conta da turma toda, vale planejar atividades paralelas, de acordo com os diferentes níveis de conhecimento dos alunos, e acompanhá-los de forma individual. Mas, se a maioria tem a mesma dificuldade, reserve um tempo para revisar o conteúdo coletivamente e elabore uma estratégia alternativa para ajudar quem precisa avançar. "Quando estudamos equação de segundo grau, identifiquei que muitos ainda erravam cálculos de números negativos. Preparei uma proposta para retomar o assunto envolvendo a análise de extratos bancários para que entendessem a ideia de ter e dever", conta Carla.

 A garotada só responde sim e não
Quando isso ocorre, a razão provavelmente está na pergunta. É importante sempre lançar para a classe questões abertas, que exigem reflexão e posicionamento para respondê-las. Elas estimulam os alunos a sair da zona de conforto e desenvolver o raciocínio. Além disso, respostas mais completas favorecem a articulação de pensamentos e a oralidade. Mas não espere, de imediato, um discurso pronto e articulado. Muitas vezes, você vai ter de construir a resposta com a criança. Um modo de fazer isso é comentar o que algum colega já falou sobre o tema para que ela elabore suas ideias com base nisso.

Há crianças com deficiência na sala
Para ajudá-las a realizar as atividades, providencie com antecedência recursos e materiais adaptados de acordo com a dificuldade de cada uma delas. O primeiro passo é identificar o que pode ajudá-las a aprender. Se sua escola conta com salas de atendimento educacional especializado (AEE), trabalhe em parceria com o responsável por ela. Ele sabe como desenvolver formas variadas de ensinar seus alunos. Se essa estrutura não está disponível, compartilhe suas dúvidas e o planejamento com a equipe gestora para pensarem em conjunto na maneira mais adequada de atendê-los.

 A turma resiste a uma atividade nova
A falta de familiaridade com uma proposta ainda desconhecida pode deixar os alunos apreensivos e com receio. Isso, porém, não pode impedir você de apresentar novas situações a eles. Se os objetivos estão claros, persista na ideia, mas tenha paciência para ajudar o grupo a se adequar ao que foi pedido. Muitas vezes, um período de adaptação é necessário. Marci já recebeu crianças que se negavam a escrever porque não sabiam. "Eu explicava que os pequenos escrevem de forma diferente dos adultos e incentivava todos a fazer do próprio jeito. Isso dava tranquilidade a eles para começar e logo estavam avançando."

A classe está muito adiantada
Se você não conhece os estudantes, pode acabar incluindo no planejamento conteúdos que eles já sabem. Por isso, as avaliações diagnósticas são tão importantes. Elas mostram o aprendizado deles sobre o assunto e indicam se é preciso ajustar suas aulas. Valéria fez uma sondagem sobre pontuação e viu que todos já usavam com propriedade pontos, vírgulas e travessões, por exemplo. Fez, então, a sistematização no quadro. "Pedi que explicassem a função dos pontos em frases do texto usado no diagnóstico e dessem exemplos que confirmassem as conclusões. Isso serviu de revisão." Depois disso, ela reorganizou o plano adiantando outros temas.




Fonte: Revista Nova Escola

Conto "Casa de Vô" de Beatriz Vichessi

Todo avô toma remédio, usa dentadura e tira soneca depois do almoço. O meu, não.
Não toma pílula nem xarope. E, à tarde, fica acordado, brincando comigo. Dentadura? Isso ele usa. Mas, de resto, é diferente.
Minha avó também não é igual as outras. Enquanto toda avó borda e faz bolo de chocolate, ela só costura para fazer remendos nas roupas e só cozinha no fim de semana. E quase nunca está em casa. De calça comprida (enquanto todas as avós do mundo usam saia), sai cedinho para trabalhar e nos deixa sozinhos.
Daí, o guarda-roupa dela vira elevador. Basta eu entrar e me sentar nas caixas de sapatos para vovô encostar as portas e, como ascensorista, anunciar:
- Primeiro andar! Roupas e bonecas. Segundo andar! Balas de goma, móveis e crianças perdidas...
A parede da sala é transformada em galeria de arte com pinturas emolduradas em fita crepe e, o tapete, em tablado de exposição de botões raros, que jamais combinariam com qualquer roupa normal.
Ao cair da tarde, na garagem vazia, enquanto o papagaio e os cachorros conversam misturando latidos, uivos e risadas, ele espalha alguns pedacinhos de papel pelo chão. É a brincadeira do Pisei.
- Hã? Como assim?, pergunto. Essa é nova.
Vovô explica sua invenção:
- Memorize onde estão os papéis. Feche os olhos e comece a caminhar. Tente pisar em cima deles. Pode ir perguntando "Pisei?" para facilitar. Ganha o jogo quem pisar em mais pedaços.
Eu começo.
- Pisei?, pergunto, dando o primeiro passo, apertando os olhos.
- Não!
- Pisei?, insisto mais uma vez, depois de caminhar um tiquinho.
- Não!
Ouço um barulho de chaves. Vovó chega, cansada, do trabalho. Diz "Oi". Sei que é para mim, mas não posso abrir os olhos para responder. É quebra de regra.
- Tudo bem, vó? Quer brincar de Pisei?, convido.
- Agora, não, minha riqueza. Vovó vai descansar.
Vovô continua a me guiar, já sentado na cadeira de praia, lendo o jornal. Não vi, mas escutei o barulho dela sendo armada e das folhas nas mãos dele.
Sigo.
- Pisei?
- Pisei?
- Pisei?
E nada.
Sinto meus pés tropeçarem em algo. Abro os olhos. Vovô, a minha frente, de braços abertos, pronto para um abraço de vitória.
- Mas eu não pisei em nenhum papelzinho, vô, digo, meio desanimada, mas já engalfinhada e feliz, nos braços dele.
- O vento foi levando tudo para o cantinho do portão, ele explica, sorrindo.
- E por que o senhor não me avisou? A gente poderia ter colado os pedacinhos no chão e recomeçado...
- Porque eu queria que a brincadeira terminasse com você perto de mim.

Quais as semelhanças e diferenças entre furacão, tufão e ciclone?

1. Ciclones e furacões têm a mesma formação. Sua origem é no mar, quando as águas atingem 27 ºC na superfície e evaporam.

2. O vapor de água aquecido sobe para as camadas mais frias, se condensa e forma nuvens densas de tempestade.

3. A condensação libera muita energia e cria uma zona de baixa pressão no topo, atraindo correntes ascendentes de ar.

4.
Todo o ar ao redor tende a ser atraído para o centro (ou olho) do furacão e ocupa o espaço do ar que subiu, reforçando o fenômeno.
Todos são fenômenos caracterizados por grandes quantidades de ar que se deslocam de forma organizada em colunas verticais e executam um movimento giratório muito rápido, em função da energia do Sol e do movimento de rotação da Terra. Porém, de acordo com a velocidade do vento, recebem uma denominação diferente (veja no infográfico acima como esses ventos se formam). O ciclone é formado por ventos mais amenos. Quando eles são mais intensos, passam a ser chamados de furacão ou tufão - ambos têm as mesmas características, no entanto, nos países ocidentais, o fenômeno climático é denominado furacão, enquanto nos orientais é comum chamá-lo de tufão. Os efeitos e danos que esses fenômenos climáticos causam podem ser classificados de acordo com a intensidade de seus ventos, na escala anemométrica internacional de Beaufort, que vai do 0 ao 12.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

09 DICAS PARA MELHORAR A INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

01) Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto;

02) Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a leitura;

03) Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo menos duas vezes;

04) Inferir;

05) Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar;

06) Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do autor;

07) Fragmentar o texto (parágrafos, partes) para melhor compreensão;

08) Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada questão;

09) O autor defende ideias e você deve percebê-las;

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

domingo, 15 de julho de 2012

Diretor e coordenador: aliança pela qualidade

Em todas as regiões do Brasil, diretores e coordenadores pedagógicos dizem cultivar uma relação harmoniosa e propícia ao bom desenvolvimento das atividades escolares.
uma das ações mais importantes para que a escola cumpra seu papel de ensinar a todos com qualidade - a formação continuada de professores - ainda necessita de mais atenção por parte da dupla gestora. 
Para afinar os ponteiros e avançar rumo a esse horizonte comum, é preciso que a direção garanta as condições básicas para a formação continuada.Uma delas é a reunião periódica que deve acontecer entre os gestores. O ideal é que os encontros sejam semanais e que aconteçam em um ambiente tranquilo. "Conversar com pressa, em pé, na porta da diretoria, não resolve nada.
O primeiro passo é estabelecer o cronograma de trabalho e depois pensar nas pautas das reuniões. Não podem ficar de fora temas como: aprendizagem, as demandas dos professores para que possam ensinar melhor, a movimentação dos alunos, os assuntos que devem ser levados ao conselho escolar, o planejamento e o acompanhamento dos projetos institucionais, a condução das reuniões de pais, os formatos escolhidos para divulgar interna e externamente o trabalho da escola e prestar contas à comunidade e as semanas de planejamento e avaliação. 
É natural que os aspectos abordados estejam mais ou menos relacionados à atuação de cada um. Torna-se fundamental, portanto, que ambos levem para a discussão todos os elementos que estiverem sob sua alçada. O diretor, por exemplo, pode tabular os números da movimentação escolar (matrículas, frequência, evasão, repetência e distorção idade-série) e compartilhá-los com o coordenador. Já quem trabalha na coordenação costuma estar mais por dentro das questões didáticas e é interessante compartilhar resultados, problemas e dúvidas com a direção.

A atuação do trio gestor

Fazer uma escola atingir bons resultados na aprendizagem dos estudantes e oferecer uma Educação de qualidade é uma responsabilidade complexa demais para ficar na mão de apenas uma pessoa. Por muito tempo, somente o professor foi responsabilizado por isso. Porém a sociedade foi percebendo que o profissional da sala de aula, sem a formação adequada e o apoio institucional, não é capaz de atingir sozinho os objetivos educacionais almejados. Dos anos 1970 para cá, uma série de pesquisas, realizadas principalmente nos Estados Unidos e na Inglaterra, apontou que a atuação de outros atores também influencia no desempenho dos alunos. Entre eles, está a dos profissionais que compõem a equipe gestora da escola. São eles:

- o diretor, responsável legal, judicial e pedagógico pela instituição e o líder que garante o funcionamento da escola;

- o coordenador pedagógico, profissional que responde pela formação dos professores; e

- o supervisor de ensino, representante da secretaria de Educação que dá apoio técnico, administrativo e pedagógico às escolas, garante a formação de gestores e coordenadores e dinamiza a implantação de políticas públicas.

Como as diversas partes de um jogo de encaixe, essas funções se articulam formando um bloco coeso para garantir o sucesso da aprendizagem. A denominação dos cargos varia de acordo com a rede e eles podem ser exercidos por uma ou mais pessoas.
A função de cada um e o trabalho em conjunto

O diretor é o gestor escolar por excelência, aquele que lidera, gerencia e articula o trabalho de professores e funcionários em função de uma meta: a aprendizagem de todos os alunos. É ele quem responde legal e judicialmente pela escola e pedagogicamente por seus resultados - essa última atribuição, a mais importante, é às vezes esquecida.

Já o coordenador pedagógico deve ser o especialista nas diversas didáticas e o parceiro mais experiente do professor. É ele quem responde por esse trabalho junto ao diretor, formando assim uma relação de parceria - e cumplicidade - para transformar a escola num espaço de aprendizagem. O que ocorre em muitos casos é que, sem formação adequada, ele acaba assumindo funções administrativas - e a formação permanente fica em segundo plano ou desaparece.

O supervisor, terceira peça do trio gestor, é o funcionário destacado pela Secretaria de Educação, geralmente um educador, para dar apoio às escolas e fazer a interface do Executivo com elas. As redes mais bem estruturadas dispõem de uma equipe de supervisores que divide responsabilidades e se articula para fazer a orientação dos diretores e apoiá-los nas questões do dia a dia, formar os coordenadores pedagógicos e os professores e garantir a implementação das políticas públicas, que são as orientações oficiais que dão unidade à rede. Beatriz Gouveia, coordenadora do Programa Além das Letras, do Instituto Avisa Lá, em São Paulo, que também faz formação de educadores, afirma que esses técnicos da Secretaria devem ser os grandes parceiros da equipe escolar: "Com a experiência que têm, eles podem garantir as condições para que todas as escolas tenham um bom desempenho".

Fonte: Revista Nova Escola

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Sete conselhos para ajudar crianças que gaguejam


1. Fale com a criança sem pressa e com pausas frequentes. Quando seu filho terminar de falar, espere alguns segundos antes de você começar a falar. A fala lenta e relaxada é muito mais eficaz do que criticar ou dizer: fale devagar, repita mais devagar.
2. Reduza o número de perguntas ao seu filho. As crianças falam mais livremente ao expressar suas próprias idéias ao invés de responder às perguntas dos adultos. Ao invés de fazer perguntas, faça comentários sobre o que seu filho disse, mostrando que você está prestando atenção.
3. Utilize expressões faciais e linguagem corporal para demonstrar ao seu filho que você está mais atento ao conteúdo da mensagem do que à sua forma de falar.
4. Reserve alguns minutos, todos os dias, para dar atenção ao seu filho. Deixe que ele escolha o que gostaria de fazer. Permita que ele dirija as atividades, decidindo se quer falar ou não. Quando você falar, utilize uma fala lenta, tranqüila, relaxada e com pausas frequentes. Este momento calmo pode aumentar a auto-confiança da criança pequena, porque ela vai saber que o pai ou a mãe aprecia a sua companhia. Conforme a criança se torna mais velha, pode ser um momento em que se sente confortável para falar de seus sentimentos e experiências com o pai ou a mãe.
5. Auxilie todos os membros da família a aprender a escutar e esperar sua vez de falar. Para as crianças, principalmente para as que gaguejam, é mais fácil falar quando há poucas interrupções e quando contam com a atenção do ouvinte.
6. Observe como você se relaciona com seu filho. Sempre que puder, mostre que você está prestando atenção ao que ele está falando e que ele pode utilizar o tempo que precisar para falar. Procure evitar a crítica, o falar rápido, as interrupções e as perguntas frequentes.
7. Acima de tudo, faça seu filho saber que você o aceita como ele é. O mais importante para o seu filho será o seu apoio, quer ele gagueje ou não.

Fonte: 7 Ways to Help the Child Who Stutters
Autores: Barry Guitar & Edward G. Conture
Tradução: Ignês Maia Ribeiro. Revisão: Sandra Merlo.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Seis características do professor do século 21

1- Ter boa formação (O mestrado é o caminho natural)

2 - Usar as novas tecnologias (Um recurso a favor dos conteúdos)

3- Atualizar-se nas novas didáticas (Um jeito de ensinar cada disciplina)

4- Trabalhar bem em equipe (Na troca de ideias, todos ganham)

5 - Planejar e avaliar sempre (Observar para reorientar o trabalho)

6 -Ter atitude e postura profissionais (Todos os alunos podem aprender)

Fonte: www.http://revistaescola.abril.com.br

O novo perfil do professor

Diferentes demandas se apresentam hoje como essenciais para quem está à frente de uma sala de aula

 Para estabelecer parâmetros de qualidade na hora de escolher quem vai lecionar para nossas crianças, o Governo Federal está criando o Exame Nacional de Ingresso na Carreira Docente, que deve, em 2011, servir de referência para a contratação na Educação Infantil e nas séries iniciais do Ensino Fundamental em todo o país.

 O projeto inclui uma lista com 20 características que todo profissional de Educação deve ter. NOVA ESCOLA reagrupou essas habilidades na reportagem Seis características do professor do século 21, ilustrada com depoimentos de profissionais que já as desenvolveram. Vindos de diferentes pontos do país, eles explicam como o aprimoramento é importante em sua prática. "Para promover a aprendizagem dos alunos, é fundamental desenvolver-se continuamente: olhar para a própria trajetória profissional, perceber falhas, saber o que ainda falta aprender e assumir o desafio de ser melhor a cada dia", resume Angela Maria Martins, doutora em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e pesquisadora da Fundação Carlos Chagas (FCC).

De fato, não é mais possível dar aulas apenas com o que foi aprendido na graduação. Ou achar que a tecnologia é coisa para especialistas. Trabalhar sozinho, sem trocar experiências com os colegas, e ignorar as didáticas de cada área são outras práticas condenadas pelos especialistas quando se pensa no professor do século 21. Planejar e avaliar constantemente, acreditando que o aluno pode aprender, por outro lado, é essencial na rotina dos bons profissionais.


Essa nova configuração no perfil profissional está embasada em medidas governamentais e em pesquisas sobre a prática docente e o desenvolvimento infantil."Antes, achávamos que a principal função do professor era passar o conhecimento aos alunos.
Jean Piaget, Lev Vygotsky e outros estudiosos mostraram que o que realmente importa é ser um mediador na construção do conhecimento e isso requer uma postura ativa de reflexão, autoavaliação e estudo constantes", diz Rubens Barbosa, da Universidade de São Paulo (USP).

Tudo isso, é claro, porque os alunos também não são os mesmos de décadas atrás - longe disso. Com a democratização do acesso à internet, no fim dos anos 1990, passamos a ter nas escolas crianças que interagem desde cedo com as chamadas tecnologias de informação e comunicação, o que exige um olhar diferente sobre o impacto disso na aprendizagem. Finalmente, não podemos nos esquecer de que esses estudantes conectados têm uma relação diferente com o tempo e com o mundo, o que coloca desafios para a docência. A boa notícia é que há muita gente encarando esse novo mundo nas escolas
.

Fonte: www.http://revistaescola.abril.com.br

20 qualidades do professor ideal

O docente ideal:

1. Domina os conteúdos curriculares das disciplinas.
 2. Tem consciência das características de desenvolvimento dos alunos
.3. Conhece as didáticas das disciplinas.
4. Domina as diretrizes curriculares das disciplinas.
5. Organiza os objetivos e conteúdos de maneira coerente com o currículo, o desenvolvimento dos estudantes e seu nível de aprendizagem.
6. Seleciona recursos de aprendizagem de acordo com os objetivos de aprendizagem e as características de seus alunos.
7. Escolhe estratégias de avaliação coerentes com os objetivos de aprendizagem.
8. Estabelece um clima favorável para a aprendizagem.
9. Manifesta altas expectativas em relação às possibilidades de aprendizagem de todos.
10. Institui e mantém normas de convivência em sala.
11. Demonstra e promove atitudes e comportamentos positivos.
12. Comunica-se efetivamente com os pais de alunos.
13. Aplica estratégias de ensino desafiantes.
14. Utiliza métodos e procedimentos que promovem o desenvolvimento do pensamento autônomo.
15. Otimiza o tempo disponível para o ensino.
16. Avalia e monitora a compreensão dos conteúdos.
17. Busca aprimorar seu trabalho constantemente com base na reflexão sistemática, na autoavaliação e no estudo.
18. Trabalha em equipe.
19. Possui informação atualizada sobre as responsabilidades de sua profissão.
20. Conhece o sistema educacional e as políticas vigentes.

Fonte: Adaptado de Referenciais para o Exame Nacional de Ingresso na Carreira Docente - Documento para Consulta Pública, MEC/Inep.

14 perguntas e respostas sobre projetos didáticos

1- O que é projeto didático?

Projeto didático é um tipo de organização e planejamento do tempo e dos conteúdos que envolve uma situação- problema. Seu objetivo é articular propósitos didáticos (o que os alunos devem aprender) e propósitos sociais (o trabalho tem um produto final, como um livro ou uma exposição, que vai ser apreciado por alguém). Além de dar um sentido mais amplo às práticas escolares, o projeto evita a fragmentação dos conteúdos e torna a garotada corresponsável pela própria aprendizagem.
Os projetos estão mais populares do que nunca. Redes de todo o país incentivam o trabalho com essa modalidade e algumas escolas preveem no currículo os que serão realizados durante o ano. Boa notícia. Afinal, em muitos casos, eles ajudam a ensinar mais e melhor. Porém falta informação sobre o tema. Só neste ano, NOVA ESCOLA recebeu 166 e-mails com dúvidas. Compiladas em 14 questões, elas são respondidas nesta reportagem para ajudar você a dominar essa ferramenta.

2 Quais as características de uma boa proposta?

Os projetos podem ser planejados e organizados de inúmeras formas, porém algumas ações são fundamentais:

1. Tema: delimitar e conhecer bem o assunto que será estudado e pesquisá-lo previamente.
2. Objetivos: escolher uma meta de aprendizagem principal e outras secundárias que atendam às necessidades de aprendizagem
3. Conteúdos: ter clareza do que as crianças conhecem e desconhecem sobre o tema e o conteúdo do trabalho.
4. Tempo estimado: construir um cronograma com prazos para cada atividade, delimitando a duração total do trabalho.
5. Material necessário: selecionar previamente os recursos e materiais que serão usados, como sites e livros de consulta.
6. Apresentação da proposta: deixar claro para a sala os objetivos sociais do trabalho e quais os próximos passos.
7. Planejamento das etapas: relacionar uma etapa à outra, em uma complexidade crescente.
8. Encaminhamentos: antecipar quais serão as perguntas que você fará para encaminhar a atividade.
9. Agrupamentos: prever quais momentos serão em grupo, em duplas e individuais.
10. Versões provisórias: revisar o que a garotada fez e pedir novas versões do trabalho.
11. Produto final: escolher um produto final forte para dar visibilidade aos processos de aprendizagem e aos conteúdos aprendidos.
12. Avaliação: prever os critérios de avaliação e registrar a participação de cada um ao longo do trabalho.


3 Todo projeto precisa ser interdisciplinar?

Não. Um projeto focado em apenas uma área tem grande valor, já que permite um mergulho mais profundo no conteúdo trabalhado. Embora, às vezes, pareça que objetivos de disciplinas diferentes estejam coordenados numa mesma proposta, muitas vezes só os relacionados a uma delas estão sendo desenvolvidos. Num cenário ainda pior - e também comum -, não são trabalhados de forma correta os conteúdos de nenhuma das áreas.
Um bom projeto é aquele que indica intenções claras de ensino e permite novas aprendizagens relacionadas a todas as disciplinas envolvidas. "Não é raro a turma apenas utilizar conhecimentos que já possui", explica Maria Alice Junqueira, professora de Pedagogia do Instituto de Educação Superior Vera Cruz, em São Paulo, e assessora de redes públicas e escolas particulares. Veja o exemplo de um projeto de Ciências que tem como objetivo ensinar procedimentos de pesquisa. Se os alunos tiverem de produzir um relatório e já forem experientes na escrita desse gênero, não é possível dizer que ele envolve a disciplina de Língua Portuguesa - afinal, eles só estão colocando em jogo o que sabem. Isso vai efetivamente ocorrer se a tarefa for produzir um artigo científico e esse tipo de texto for novo para todos.

A ideia de que projetos didáticos precisam ser interdisciplinares pode estar relacionada a uma confusão entre essa estratégia, os projetos institucionais e os temas geradores. Os projetos institucionais são ações que envolvem toda a escola em torno de um mesmo objetivo - por exemplo, produzir um jornal ou uma campanha. Nesse caso, cada professor precisa pensar em atividades relacionadas a ele para desenvolver com sua turma. Não há necessariamente um produto final ou um propósito social para o trabalho. Já quando é definido um tema gerador, como meio ambiente, cabe ao professor escolher quais serão os conteúdos a enfocar e os objetivos a alcançar. O problema, nesse caso, é organizar as atividades em cima de um tema considerado envolvente pelos alunos, em vez de fazer um planejamento baseado nas reais necessidades de aprendizagem deles.

4 É melhor criar um projeto ou aplicar um já testado?

Para um profissional que tem pouca experiência com esse tipo de trabalho, é melhor utilizar um bom modelo, com todas as etapas definidas e os objetivos previamente pensados e aprovados. Não há demérito nisso. Nas melhores escolas, é comum replicar boas práticas. "Um projeto nunca vai ser uma receita fechada, que o professor simplesmente lê e desenvolve em classe com a turma. É preciso adaptar as atividades levando em consideração as características dos alunos e a realidade local", ressalta Clélia Cortez, coordenadora pedagógica do Colégio Vera Cruz, em São Paulo. Um trabalho sobre animais, por exemplo, fica muito mais interessante se focar as espécies encontradas na região.

Mesmo quando há um exemplo a seguir, é preciso analisar se as questões colocadas pelo autor estão de acordo com o nível de conhecimento do grupo, se os materiais sugeridos são adequados e estão disponíveis e se as etapas são suficientes para a realização de todas as atividades. "Ao longo do trabalho, adaptações são necessárias para o cumprimento dos objetivos. "São esses cuidados que garantem os traços de autoria no desenvolvimento da proposta", completa Clélia. Já um professor acostumado a trabalhar dessa forma pode criar os próprios projetos e organizá-los num banco, a ser utilizado com variações de tema, conteúdo e série. Isso não significa, no entanto, que uma estratégia de sucesso deva ser repetida ano após ano. Mesmo que o currículo seja o mesmo, os alunos são diferentes e isso exige mudanças.

5 Quando optar por um projeto?
Alguns conteúdos curriculares permitem (e às vezes pedem) um trabalho aprofundado e que inclua as práticas sociais relacionadas a ele. Confira abaixo alguns blocos de conteúdo de cada disciplina mais adequados a essa modalidade.

Pré-escola
Conteúdos

Natureza e sociedade, linguagem oral e comunicação e exploração e linguagem plástica

Por que é adequado
- Aproxima as crianças de práticas sociais, como a busca por informações e a apresentação delas
- Traz um novo propósito para a leitura em aula: ler para estudar e para saber mais sobre um tema

Erros mais comuns
- Planejar projetos curtos (de uma semana) porque envolvem os pequenos
- Focar o acabamento do produto final, descaracterizando a produção das crianças.

Língua portuguesa
Conteúdos
Sistema alfabético de escrita, comunicação oral, comportamentos escritores e leitores

Por que é adequado
- Fornece um contexto favorável de leitura e escrita aos que não estão alfabetizados
- Articula o conhecimento sobre o sistema de escrita aos conteúdos relacionados à linguagem
- Favorece a união dos propósitos didáticos aos sociais, já que a turma sabe para quem, por que e o que escrever

Erros mais comuns
- Desperdiçar a oportunidade de refletir sobre o sistema alfabético
- Planejar as mesmas atividades para alunos alfabéticos e não alfabéticos
- Trabalhar sempre com os mesmos propósitos de leitura, escrita e oralidade
- Focar o trabalho no produto final

Matemática
Conteúdos

Leitura, escrita, comparação e ordenação de escrita numérica

Por que é adequado
- Traz os números nos contextos cotidianos, o que nos anos iniciais dá mais sentido às atividades, apesar de não ser imprescindível

Erros mais comuns
- Simular mercadinhos e não propor a reflexão sobre as operações utilizadas
- Dar mais atenção ao produto final, deixando em segundo plano o conteúdo que se quer ensinar

Ciências
Conteúdos

Procedimentos e atitudes científicas

Por que é adequado
- Mostra à turma a importância de buscar soluções, interpretar dados, observar e registrar descobertas
- Promove a divulgação dos conhecimentos produzidos pelos alunos para destinatários reais

Erros mais comuns
- Passar meses pesquisando um tema
- Não propor a reflexão sobre a importância dos procedimentos realizados
- Deixar de orientar a pesquisa

História
Conteúdos

Procedimentos de pesquisa e História oral e local

Por que é adequado
- Cria situações significativas de pesquisa, semelhantes às vividas por historiadores
- Garante que os alunos leiam e escrevam sobre o tema para um destinatário real, o que é essencial para preservar as características sociais da linguagem nessa área

Erros mais comuns
- Aceitar a simples cópia de informações
- Não ajudar na interpretação dos textos
- Ignorar as relações entre o passado e o presente
- Adaptar textos ou apenas usar aqueles considerados de fácil leitura

Geografia
Conteúdos

Geografia física e Geografia cultural

Por que é adequado
- Evita a fragmentação do saber geográfico
- Permite articular os diferentes campos de estudo da área, como o relevo relacionado a estudos de caso na cidade e no campo

Erros mais comuns
- Pedir apenas textos descritivos
- Não desenvolver a cartografia temática
- Deixar de lado o trabalho investigativo
- Não relacionar a paisagem à cultura

Educação Física
Conteúdos

Práticas da cultura corporal e conhecimentos sobre o corpo

Por que é adequado
- Possibilita o estudo das manifestações corporais, unindo as questões sociais, físicas, culturais e econômicas envolvidas nessas práticas
- Ajuda a mudar a concepção das aulas, colocando as práticas corporais como parte de um processo maior de aprendizagem

Erros mais comuns
- Deixar de sistematizar os conhecimentos adquiridos durante o trabalho
- Não pedir que os alunos produzam materiais escritos e de apoio à pesquisa
- Supervalorizar as aulas práticas e dar menos atenção às questões teóricas

Língua estrangeira
Conteúdos

Comportamentos leitores e escritores

Por que é adequado 
- Coloca os alunos em situações sociais de uso do idioma, como a ida ao cinema
- Possibilita à turma entrar em contato com outros falantes, além de textos, vídeos e jogos interativos

Erros mais comuns
- Planejar sem adequar os desafio à experiência anterior de cada estudante
- Usar materiais não adequados às características da turma

Arte
Conteúdos

Produção e reflexão sobre Arte

Por que é adequado
- Cria situações significativas de pesquisa, semelhantes às vividas por historiadores
- Garante que os alunos leiam e escrevam sobre o tema para um destinatário real, o que é essencial para preservar as características sociais da linguagem nessa área

Erros mais comuns
- Pedir que os alunos sempre façam releituras e não icentivar que criem
- Organizar o produto final sem a participação dos estudantes
- Não incluir o trabalho de todos no produto final


6 Como fazer o planejamento?

O primeiro passo é ter clareza sobre o que você quer ensinar, o que espera que os alunos aprendam e o que eles já sabem. Assim é possível garantir dois importantes critérios didáticos: a continuidade e a variedade de conteúdos ao longo dos anos.
Feito um recorte no conteúdo - levando em conta a faixa etária da turma e as necessidades de aprendizagem -, é preciso conhecê-lo a fundo e selecionar os materiais a ser usados, como textos, livros e sites. Só então são elaboradas as etapas. Sobre o que eu espero que a classe reflita? No que quero que avance? "Os projetos ajudam a dar voz às crianças por meio da problematização constante. Quando perguntamos da maneira correta, elas indicam o que entenderam e dão sinais do que deve ser ajustado na compreensão. Isso permite avaliar como o trabalho está caminhando e para onde seguir", explica Clélia Cortez.
Pensar no encadeamento das etapas também é fundamental. A ordem é lógica? Esse é o melhor caminho para que a garotada aprenda? A próxima tarefa é construir um cronograma e detalhar como desenvolver o trabalho em sala. Nesse ponto, é essencial ter definido o produto final - uma feira cultural ou um blog, por exemplo - e se haverá um momento de finalização e socialização do trabalho. Em caso afirmativo, qual o objetivo dessa culminância? Essas decisões interferem na gestão de tempo e na busca pelos recursos. Por fim, é necessário definir os critérios de avaliação. Tudo isso precisa estar escrito e serve como uma bússola para o trabalho.

7 Cada etapa deve ter um objetivo?

Sim. Apesar de o projeto necessitar de um propósito central (trabalhar comportamentos escritores, por exemplo), cada atividade deve ter o seu, sempre relacionado ao principal. Quando se sabe o que é preciso ensinar em cada momento, é mais fácil intervir e ajudar a turma a avançar. Esse conceito norteou a prática da professora Eudes da Silva Alves, da EMEB Doutor José Ferraz de Magalhães Castro, em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, quando desenvolveu um projeto sobre contos de aventura com uma turma do 5º ano.

Primeiro, ela ofereceu às crianças diversos livros para ampliar o repertório. Depois, propôs uma análise das características do gênero estudado, sistematizando os conhecimentos adquiridos. Na sequência, realizou uma produção coletiva para que a turma se familiarizasse com esse tipo de texto. Por fim, os alunos redigiram as próprias versões, que foram revisadas com o apoio de Eudes.

Em alguns momentos, é possível pensar em objetivos secundários que não tenham necessariamente relação com o propósito de ensino maior. É comum isso ocorrer em atividades relacionadas ao produto final, como no caso de as crianças fazerem um desenho para a capa do livro da turma. Isso não está ligado à escrita, mas é uma ação comum na produção de publicações - dentro e fora da escola. Já que se quer preservar as práticas sociais, vale prever isso. O principal cuidado é não reservar muito tempo para esses momentos secundários. Eles devem ser pontuais e focados.


8 Como antecipar as dificuldades dos alunos?

Mais do que antecipar dúvidas, é preciso pensar em atividades específicas para estudantes com níveis diferentes de saber. Para contemplar todos eles, há três saídas: variar a complexidade das tarefas apresentadas, organizar os alunos em grupos e dar atenção àqueles que mais precisam. Para evitar problemas em relação a atividades como pesquisas, entrevistas e interpretação de dados, a solução é investigar as experiências que os estudantes tiveram anteriormente e, se necessário, reservar um tempo para o trabalho com esses procedimentos. Outra opção é retomar registros de atividades anteriores e verificar os pontos que vão necessitar de mais atenção durante o projeto.


9 Todas as atividades devem ser em grupo?

Não. Um bom projeto contempla atividades em que os alunos atuam sozinhos, em duplas e em grupos. Porém, como os projetos envolvem a turma toda e o produto final é uma obra coletiva, muitos pensam que tudo deve ser feito em equipe. É importante que as ações estejam articuladas entre si, como no projeto Galeria Virtual de Arte. A atividade começa coletivamente, com a ampliação do repertório da turma e a apresentação de uma ferramenta eletrônica que possibilita as visitas. Para conhecer o acervo e trocar impressões sobre ele, são formados trios. De novo juntos, todos escolhem quadros para compor uma galeria e, na sequência, cada aluno fica responsável pela legenda de um quadro, mostrando o que aprendeu.
Um bom critério para definir de que forma os estudantes vão realizar a tarefa é sua complexidade. A leitura de um texto, por exemplo, deve ser feita em grupo quando a garotada tem pouca experiência com o tema ou o gênero. A pesquisadora Delia Lerner, em um artigo publicado na revista argentina Letra y Vida, afirma que a discussão entre os alunos numa situação como essa é fundamental porque obriga cada um deles a justificar sua interpretação e, assim, tomar consciência das próprias contradições, além de conhecer a interpretação dos colegas. Depois dessa etapa, realizar sozinho uma atividade baseada nas informações do texto fica bem mais fácil.


10 Como apresentar a proposta à turma?

O primeiro passo é criar um clima de curiosidade. Para envolver a garotada, de nada adianta só dizer: "Vamos trabalhar nos próximos meses com um projeto". "O sucesso da estratégia está condicionado ao interesse despertado no estudante, valorizado como pesquisador e expositor do que apreendeu", explica Jorge dos Santos Martins, autor de livros sobre projetos de pesquisa.

O ideal é começar a conversa problematizando o tema e o produto final. Nesse caso, o recomendado é envolver os alunos na discussão sobre como chegar ao resultado esperado. A professora Lisiane Hermann Oster, do Sesquinho - Escola de Educação Infantil do Sesc, em Ijuí, a 410 quilômetros de Porto Alegre, seguiu à risca essa recomendação. Ao desenvolver um projeto sobre o sistema de numeração com uma turma de 5 anos, ela se baseou nas seguintes questões: para que servem os números? Onde eles aparecem em nosso dia a dia? Os pequenos falaram do número do sapato, do peso e da altura. Só então ela propôs criarem um jogo de cartas do tipo Supertrunfo e perguntou como fazer isso. Com os passos do trabalho já previstos, Lisiane foi ajustando o que eles diziam e apresentou as etapas a ser seguidas.


11 Quando é preciso replanejar?

Sempre, já que nunca o que foi previsto se confirma totalmente na prática. Em geral, o planejamento é ajustado e repensado a cada etapa vencida, de acordo com os indícios que os alunos dão sobre o que estão efetivamente aprendendo durante o processo. É comum identificar pontos que precisam ser retomados antes de iniciar a etapa seguinte ou conteúdos que necessitam ser reforçados para garantir novas aprendizagens. "Todo professor deve se perguntar ao fim de cada atividade ou etapa se o andamento do trabalho está de acordo com o que quer ensinar", recomenda Paula Stella, coordenadora pedagógica da Comunidade Educativa Cedac, em São Paulo. Um alerta: ter de replanejar uma parte do projeto é muito diferente de desenvolver o trabalho de forma intuitiva. Quando não há um plano, as intervenções ficam menos efetivas e o professor tem de correr, ao término de cada aula, para preparar as atividades da próxima. Replanejar é retornar à etapa anterior, incluir uma nova ou repensar aspectos das que estavam previstas.

12 Vale interferir para aperfeiçoar o produto final?

Sim, mas desde que o objetivo seja fazer com que a própria turma aperfeiçoe o trabalho realizado. Não é tarefa do professor melhorar sozinho o acabamento de um cartaz ou o texto de um diário de campo escrito pelos alunos. Como já devem ter entrado em contato com diversos modelos do produto final escolhido, eles podem retomá-los, comparar ao que produziram e corrigir trechos que não ficaram a contento. "Quando está envolvida com o propósito social do projeto e sabe para que ele serve, a garotada se dispõe a refazê-lo inúmeras vezes", avalia Paula Stella. Prova disso é o projeto sobre a transição do trabalho escravo para o assalariado livre no Brasil, realizado por Juliano Custódio Sobrinho na EM João de Deus Rodrigues, em Petrópolis, a 68 quilômetros do Rio de Janeiro. Para a montagem de um seminário (o produto final escolhido), os alunos realizaram entrevistas com moradores da cidade. Além de pedir que retomassem algumas conversas, ao avaliar um esboço do painel de apoio e da apresentação, o professor apontou problemas e estimulou a construção de novas versões, no que foi prontamente atendido.

 
13 Como avaliar os estudantes?

No caso dos projetos, são três os eixos de aprendizagem que podem ser considerados na avaliação:
- o conteúdo;
- o aprofundamento no tema;
- a aproximação com a prática social relacionada ao produto final.
As respostas dadas pelos alunos ao longo do processo dão pistas sobre o que já foi compreendido e no que ainda é preciso avançar, assim como os momentos de sistematização dos conteúdos - quando a turma define com suas palavras os conceitos estudados. Para Delia Lerner, o processo permite diminuir a incerteza do professor e do aluno porque nele se passam a limpo os conteúdos ensinados e aprendidos. Outra boa estratégia é, no fim de cada atividade, fazer uma análise das produções, que funcionam como um retrato da aprendizagem até aquele ponto. O conjunto delas pode revelar os avanços e os problemas enfrentados por cada um. Da mesma maneira, o produto final, em suas sucessivas versões, também mostra o percurso pelo qual o aluno passou.

Os projetos possibilitam ainda uma avaliação do trabalho do professor e indicam em que pontos sua condução precisa ser ajustada. Um meio de fazer isso é pensar nos objetivos de ensino e nas condições didáticas oferecidas. A análise das produções realizadas e das respostas dadas pelos estudantes no desenvolvimento do projeto também pode ser vista sob a ótica do ensino. Algumas questões que norteiam as análises: a forma de conduzir o trabalho foi adequada? Foram feitas intervenções sempre que necessário? As atividades responderam ao objetivo de cada etapa? Os materiais usados foram adequados? O tempo previsto foi suficiente? Esse tipo de reflexão tem uma importância formativa única para o professor e pode impactar positivamente a prática cotidiana.


14 Qual a importância da culminância?

São duas as funções principais das cerimônias de fechamento de um projeto didático: dar ao aluno visibilidade para o processo de aprendizagem pelo qual passou e apresentar o trabalho da turma para a comunidade e os pais, que são estimulados a perceber o avanço de seus filhos.
O evento só cumprirá esses dois papéis se estiver prevista a exposição dos objetivos de cada atividade realizada, dos registros das várias versões do produto final e das fotos que ilustram o processo. Fazer uma festa bonita não deve ser a maior preocupação da escola- como é bastante comum -, mas o mínimo de organização precisa ser garantido.
Sem despender muito tempo nessa tarefa, professores e gestores precisam tomar uma série de providências, como conseguir microfones para as apresentações orais, organizar as cadeiras para os convidados e distribuir pelo espaço reservado para o evento suportes para expor os trabalhos. "Não é correto transformar a culminância na grande estrela de um projeto. O mais atrativo é o caminho pelo qual todos passaram e as realizações das crianças", explica Maria Alice Junqueira. Alerta: a participação dos alunos na culminância deve ter caráter pedagógico, incluindo a definição de critérios para a exposição do material, e não na produção de enfeites, o que não se relacionam a nenhum objetivo.

Fonte: www.revistaescola.abril.com.br