O novo perfil do professor
Diferentes demandas se apresentam hoje como essenciais para quem está à frente de uma sala de aula
Para estabelecer parâmetros de qualidade na hora de escolher quem vai
lecionar para nossas crianças, o Governo Federal está criando o Exame
Nacional de Ingresso na Carreira Docente, que deve, em 2011, servir de
referência para a contratação na Educação Infantil e nas séries iniciais
do Ensino Fundamental em todo o país.
O projeto inclui uma lista com 20 características que todo profissional de Educação deve ter. NOVA ESCOLA reagrupou essas habilidades na reportagem Seis características do professor do século 21,
ilustrada com depoimentos de profissionais que já as desenvolveram.
Vindos de diferentes pontos do país, eles explicam como o aprimoramento é
importante em sua prática. "Para promover a aprendizagem dos alunos, é
fundamental desenvolver-se continuamente: olhar para a própria
trajetória profissional, perceber falhas, saber o que ainda falta
aprender e assumir o desafio de ser melhor a cada dia", resume Angela
Maria Martins, doutora em Educação pela Universidade Estadual de
Campinas (Unicamp) e pesquisadora da Fundação Carlos Chagas (FCC).
De fato, não é mais possível dar aulas apenas com o que foi aprendido
na graduação. Ou achar que a tecnologia é coisa para especialistas.
Trabalhar sozinho, sem trocar experiências com os colegas, e ignorar as
didáticas de cada área são outras práticas condenadas pelos
especialistas quando se pensa no professor do século 21. Planejar e
avaliar constantemente, acreditando que o aluno pode aprender, por outro
lado, é essencial na rotina dos bons profissionais.
Essa nova
configuração no perfil profissional está embasada em medidas
governamentais e em pesquisas sobre a prática docente e o
desenvolvimento infantil."Antes, achávamos que a principal função do
professor era passar o conhecimento aos alunos. Jean Piaget, Lev Vygotsky
e outros estudiosos mostraram que o que realmente importa é ser um
mediador na construção do conhecimento e isso requer uma postura ativa
de reflexão, autoavaliação e estudo constantes", diz Rubens Barbosa, da
Universidade de São Paulo (USP).
Tudo isso, é claro, porque os
alunos também não são os mesmos de décadas atrás - longe disso. Com a
democratização do acesso à internet, no fim dos anos 1990, passamos a
ter nas escolas crianças que interagem desde cedo com as chamadas
tecnologias de informação e comunicação, o que exige um olhar diferente
sobre o impacto disso na aprendizagem. Finalmente, não podemos nos
esquecer de que esses estudantes conectados têm uma relação diferente
com o tempo e com o mundo, o que coloca desafios para a docência. A boa
notícia é que há muita gente encarando esse novo mundo nas escolas.
Fonte: www.http://revistaescola.abril.com.br
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