tiaemptylidiane

sábado, 3 de novembro de 2012

De que maneira agir diante do inesperado ?

O professor tem de dar conta do conteúdo e dos imprevistos em sala, mas tudo varia conforme as circunstâncias. Como nem sempre é possível antecipar as atitudes dos alunos, saiba o que fazer em alguns casos.
 
Falta tempo para terminar a atividade 
Mesmo com planejamento, por vezes a aula não é suficiente para concluir a proposta. "Se isso acontecer, é necessário ter clareza do que são atividades estruturantes - essenciais para o desenvolvimento do conhecimento - e complementares", diz Vasconcellos, do Libertad. No primeiro caso, reveja o que foi previsto e dê continuidade ao trabalho no outro dia. Se a proposta interrompida for complementar, uma opção é pedir que a turma termine em casa. De todo modo, reserve uns minutos na aula seguinte para voltar ao assunto. Isso evita que as crianças deixem de dar atenção à tarefa de casa.

Uma criança se nega a participar da aula
Converse com ela para saber se o motivo é pontual, como ter discutido com um colega, ou se pede sua intervenção. É o caso de ela não ter compreendido o conteúdo, por exemplo. Foi o que ocorreu com um aluno de Valéria que se recusou a participar de uma atividade de leitura por ter dificuldades. Ela adaptou o planejamento e utilizou materiais do interesse dele, já que trabalhar com parlendas e contos, como previsto, não ia incentivá-lo a ler. "Preparei desafios matemáticos que tinham de ser interpretados e li com ele textos científicos e regras de jogos de raciocínio. Depois de ultrapassar essa barreira, retomei os outros gêneros textuais."

 Alguns estudantes se desentendem
Conflitos sempre vão surgir durante as aulas. Além de parar a briga, você tem de ajudar a resolvê-la. "A solução não é punir, mas ouvir o agredido e o agressor e mediar o diálogo", diz Ana Maria Falcão de Aragão, da Faculdade de Educação da Unicamp. Assim, eles refletem sobre o que levou ao desentendimento, como lidaram com ele e as consequências. Isso evita que o mal-estar se mantenha e interfira na dinâmica da sala. Carla, em alguns casos, pede que todos debatam a questão, focando o problema, e não uma ou outra criança. "Todos precisam fazer uma autoanálise para mudar de comportamento."


Os agrupamentos não funcionam
Para montar equipes, além de levar em conta o conhecimento de cada aluno, é importante considerar os perfis e as relações sociais. Nem sempre é possível saber como duas crianças agirão juntas, mas cabe a você ensinar todas a trabalhar em conjunto, até mesmo com quem não se dá bem. Na primeira vez que Valéria faz os agrupamentos, ela deixa a escolha de parceiros livre para identificar os círculos sociais. As informações são úteis para pensar nas intervenções que fará visando tornar os próximos grupos produtivos, mesmo se formados por aqueles que não têm afinidade entre si.

A proposta não envolve a turma
"Se a atividade apresentada não despertou o interesse de nenhum aluno, é porque não é boa", analisa Rosaura. Quando isso acontece, reflita sobre ela e avalie quais aspectos não funcionaram, o que os estudantes esperavam do tema e o que foi positivo e negativo. Isso ajuda a dar um melhor direcionamento à sua prática. "Caso o trabalho realizado em classe tenha um efeito na turma muito melhor do que o previsto, vale pensar se ele pode ser retomado em anos seguintes", completa a pesquisadora.

 Um aluno tem uma atitude inadequada
"Às vezes, a relação entre o professor e os alunos é ruim porque ele não conhece para quem leciona", afirma Ana Maria. Ouvir a meninada e valorizar suas opiniões minimiza problemas de indisciplina. Em momentos de desrespeito, no entanto, é preciso conversar individualmente. Marci diz que é comum os pequenos terem dificuldade em esperar a vez em atividades coletivas e aí chegam a ser agressivos. "Peço respeito aos colegas. Se as interrupções continuam, tiro a criança da atividade e digo a ela que poderá voltar quando achar que consegue mudar de postura. Não quero castigar ninguém, mas fazer todos pensarem sobre suas ações."

Você é surpreendido por uma pergunta
Não dá para deixar o aluno sem resposta. Se isso acontece, ele se sente desvalorizado e não vê na escola um lugar para aprender. Ser sincero é um ponto básico. No caso de não saber a resposta de uma questão, diga a verdade, pergunte o que ele conhece sobre aquilo e peça que o ajude a descobrir mais: "Quem entende do assunto e poderia ser consultado?" ,"Onde vamos pesquisar?". Se a dúvida desencadear um debate produtivo entre toda a sala, anote-a para incluí-la no seu planejamento. "Essa atitude mostra como é ampla a dinâmica do conhecimento", enfatiza Vasconcellos.

Fonte: Revista Nova Escola

Nenhum comentário:

Postar um comentário