Prever problemas que podem
surgir durante a aula para preparar antes as intervenções ajuda você a
se fortalecer perante a turma. Confira alguns fatos corriqueiros em sala
e formas de lidar bem com eles
Um aluno termina a tarefa antes dos demais
Evite que os mais rapidinhos fiquem de bobeira, sem aprender
nada e ainda atrapalhando os colegas, tendo sempre uma atividade extra
preparada. Na Educação Infantil, Marci resolve isso com cantos de
atividades. "Além das propostas planejadas para alcançar os objetivos de
aprendizagem, mantenho vários deles. Quando alguém termina o que foi
pedido, sugiro que escolha um." Os temas são decididos com a turma toda
semana. Já Valéria mantém um espaço de leitura na classe do 3º ano, com
livros, gibis e revistas. "Seleciono parte dos materiais de acordo com
os assuntos vistos em aula."
Alguns estudantes não sabem o conteúdo
Para dar conta da turma toda, vale planejar atividades
paralelas, de acordo com os diferentes níveis de conhecimento dos
alunos, e acompanhá-los de forma individual. Mas, se a maioria tem a
mesma dificuldade, reserve um tempo para revisar o conteúdo
coletivamente e elabore uma estratégia alternativa para ajudar quem
precisa avançar. "Quando estudamos equação de segundo grau, identifiquei
que muitos ainda erravam cálculos de números negativos. Preparei uma
proposta para retomar o assunto envolvendo a análise de extratos
bancários para que entendessem a ideia de ter e dever", conta Carla.
A garotada só responde sim e não
Quando isso ocorre, a razão provavelmente está na pergunta. É
importante sempre lançar para a classe questões abertas, que exigem
reflexão e posicionamento para respondê-las. Elas estimulam os alunos a
sair da zona de conforto e desenvolver o raciocínio. Além disso,
respostas mais completas favorecem a articulação de pensamentos e a
oralidade. Mas não espere, de imediato, um discurso pronto e articulado.
Muitas vezes, você vai ter de construir a resposta com a criança. Um
modo de fazer isso é comentar o que algum colega já falou sobre o tema
para que ela elabore suas ideias com base nisso.
Há crianças com deficiência na sala
Para ajudá-las a realizar as atividades, providencie com
antecedência recursos e materiais adaptados de acordo com a dificuldade
de cada uma delas. O primeiro passo é identificar o que pode ajudá-las a
aprender. Se sua escola conta com salas de atendimento educacional
especializado (AEE), trabalhe em parceria com o responsável por ela. Ele
sabe como desenvolver formas variadas de ensinar seus alunos. Se essa
estrutura não está disponível, compartilhe suas dúvidas e o planejamento
com a equipe gestora para pensarem em conjunto na maneira mais adequada
de atendê-los.
A turma resiste a uma atividade nova
A falta de familiaridade com uma proposta ainda desconhecida
pode deixar os alunos apreensivos e com receio. Isso, porém, não pode
impedir você de apresentar novas situações a eles. Se os objetivos estão
claros, persista na ideia, mas tenha paciência para ajudar o grupo a se
adequar ao que foi pedido. Muitas vezes, um período de adaptação é
necessário. Marci já recebeu crianças que se negavam a escrever porque
não sabiam. "Eu explicava que os pequenos escrevem de forma diferente
dos adultos e incentivava todos a fazer do próprio jeito. Isso dava
tranquilidade a eles para começar e logo estavam avançando."
A classe está muito adiantada
Se você não conhece os estudantes, pode acabar incluindo no
planejamento conteúdos que eles já sabem. Por isso, as avaliações
diagnósticas são tão importantes. Elas mostram o aprendizado deles sobre
o assunto e indicam se é preciso ajustar suas aulas. Valéria fez uma
sondagem sobre pontuação e viu que todos já usavam com propriedade
pontos, vírgulas e travessões, por exemplo. Fez, então, a sistematização
no quadro. "Pedi que explicassem a função dos pontos em frases do texto
usado no diagnóstico e dessem exemplos que confirmassem as conclusões.
Isso serviu de revisão." Depois disso, ela reorganizou o plano
adiantando outros temas.
Fonte: Revista Nova Escola
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